NUPS tem vivência com jogo Paraolímpico

Os alunos do 5° ano receberam a visita de Doni, praticante do goalball


As turmas do 5° ano realizaram uma vivência com o jogo goalball, modalidade paraolímpica praticada por deficientes visuais.

Para compreenderem melhor a atividade, os alunos receberam Antônio Donizeti de Oliveira, o Doni, que pratica o esporte desde o ano 2000. Doni é deficiente visual por conta de um acidente que sofreu aos 32 anos.

Ele esclareceu dúvidas dos alunos sobre como seu cotidiano mudou depois do acidente e como ele se adaptou à nova realidade. Veja a seguir a entrevista realizada com o atleta pelos alunos:

Rubens Ferreira: Você acha que, quando perdeu a visão, sua audição ficou melhor?

Doni: Claro! Se vocês repararem, quando nós temos a visão, nós prestamos atenção com os olhos. Hoje, se alguém estiver ao meu lado e fizer algum movimento diferente, eu vou perceber através do som. Então, essa mudança, com certeza, aguçou minha audição.

Fernando: O que você sentiu quando praticou um esporte pela primeira vez após o acidente?

Doni: Eu achei o máximo. Eu me senti realizado, porque me senti vivo. Não é porque eu estou cego que eu não poderia mais praticar. Fiquei extremamente feliz.

Maria Bueno: Como você encontrou o goalball?

Doni: Eu conheci o goalball em Jundiaí, em um programa que se chama PEAMA (Programa de Esportes e Atividades Motoras Adaptadas). Esse programa engloba todo o tipo de deficiência (autistas, pessoas com Síndrome de Down, deficientes visuais e deficientes físicos). Nas atividades, nós temos natação, atletismo, ciclismo e bocha. Foi nesse programa que, no ano de 2000, eu comecei a jogar.

O jogador ainda complementou falando sobre a importância para ele da vivência com os alunos: “Para mim, desde a primeira vez que participei dessa vivência, eu me senti realizado, vivo, como na primeira vez que pratiquei um esporte. A oportunidade que eu tenho de vir conversar com as crianças e ter esse contato é muito gratificante”.

Enquanto ele respondia as questões, os estudantes puderam conhecer os instrumentos utilizados no jogo: os óculos, que têm a finalidade de garantir que nenhum dos participantes veja nada, já que o esporte pode ser praticado também por pessoas que possuem baixa visão, e a bola com guizo, que é utilizado para que os participantes percebam a presença da bola.

Após a conversa, Donizete acompanhou os alunos até a quadra para ensinar as técnicas e as regras do jogo. No primeiro momento, foram feitos arremessos para que eles vissem como deve ser a defesa. Dadas as instruções, os alunos foram vendados e jogaram uma partida.

O aluno Christian M. Berbari, do 5° ano A, comentou que achou muito importante a vivência para entender como se sentem as pessoas que perdem a visão: “Dá para imaginar como seria viver sem a visão e nos colocarmos no lugar dele, sobre perder a visão aos 35 anos”.

O coordenador do Núcleo de Projetos Sociais (NUPS), Stefano Bigotti, salienta que o projeto sempre visa a que os alunos conheçam realidades distintas por não terem oportunidade de conhecerem de perto uma situação fora do seu cotidiano. “A ideia é que eles possam entender mais sobre o universo das pessoas com deficiência, pois possuem muitas dúvidas sobre sua rotina e, geralmente, não têm com quem falar sobre”. Stefano explica que o trabalho é desenvolvido através da apresentação e execução de jogos paraolímpicos no componente de Educação Física e, após essas práticas, há uma visita ao Centro Paraolímpico.


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