Visita ao Museu de Imigração

Grupos do 4° ano fazem Estudo de Campo no Museu


Durante a semana do dia 28 de outubro, os alunos do 4° ano visitaram o Museu de Imigração de São Paulo, localizado no bairro da Mooca.

A saída integra o Projeto de Série do grupo, que tem como questão problematizadora “Qual é a cara do Brasil?”. Nele, os estudos são voltados para as matrizes que formaram o povo brasileiro. Ao longo do ano de 2019, já foram feitos levantamentos sobre as influências dos povos indígenas, portugueses e africanos na cultura brasileira.

A última matriz a ser estudada, por conta da questão cronológica, são os imigrantes. Através do gênero textual memórias literárias, os alunos tiveram contato com relatos de pessoas individualmente afetadas pelo contexto da imigração. Os livros lidos foram: Nas ruas do Brás, de Drauzio Varella, e Transplante de menina, de Tatiana Belinky, que trata das questões da mudança vista pelos olhos de uma imigrante.

“Nós trabalhamos muito a questão do choque cultural para essas pessoas e também os contextos que levaram a esse grande número de imigrantes chegando ao Brasil no final do século 19”, conta Ligia Sueny, professora do 4° ano F.

Um dos objetivos do estudo desse movimento de pessoas rumo ao interior do país é oferecer aos alunos a percepção de que, além dessas pessoas terem que se acostumar à cultura existente, a cultura também se adaptou a elas.  

O Museu do Imigrante teve grande importância nessa fase da história, pois funcionava como hospedaria para os imigrantes que vinham do Porto de Santos, ao mesmo tempo em que era uma estação ferroviária.

As instalações do espaço mostram um pouco dos processos que ocorriam com a chegada das pessoas. Primeiro, a sala de bagagens, segundo, a higienização dos objetos e das pessoas, seguida pelo processo de “check-in” das famílias, e, por fim, a ida aos dormitórios.

O Museu também traz contextualização, desde as diásporas dos ancestrais do Homo Sapiens até questões modernas, como o êxodo rural, através de pequenos documentários.

Diante de todo o conteúdo exposto, a aluna Lara Montenegro contou que o mais chocante para ela foi que as pessoas recém-chegadas não tinham mais acesso às suas bagagens até o dia em que fossem embora. “Se eu fosse uma imigrante e tivesse que me separar das minhas coisas eu ficaria triste, mas pensaria nas oportunidades que viriam pela frente”.

Já Gabriela Accorsi afirmou que estava ansiosa para poder aprender mais sobre os imigrantes. “O Museu foi uma oportunidade para poder ver por onde os imigrantes chegavam, saber um pouco dos diferentes povos que vinham para cá. O que mais me surpreendeu foi o espaço que eles tinham para dormir e a falta de privacidade”.

Lígia Sueny ressalva que, além de importante por fazer parte do conteúdo, a saída propicia aos alunos uma nova visão sobre o tema: “Um aspecto muito importante é a abordagem das dificuldades pelas quais os imigrantes passaram, desde a saída do seu país de origem até a chegada ao Brasil. O fato de abandonarem sua cultura e suas famílias por conta de crises econômicas e guerras deve ser lembrado nessa discussão”.


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