Aprendizagem criativa e educação maker

Tecnologia Educacional da Lourenço será apresentada em congresso


O projeto “Da aprendizagem criativa à educação maker e STEM na Lourenço Castanho: FI, FII e EM​” dos professores de Tecnologia Educacional (Rodrigo Lemonica, Regina Branco, Tatiana Mendes e Ana Paula Soares) trabalha os conceitos da educação maker de maneira única e dinâmica.

A proposta é mostrar como se dão essas práticas na nossa Escola, desde o Fundamental I até o Ensino Médio.  

No Fundamental I, a educadora de Tecnologia Educacional, Ana Paula Soares, explica que a Educação Maker entra como apoio para os vários componentes curriculares. No primeiro ano, as crianças analisam o conto indiano “A árvore de Amrita” que aborda a história de uma menina que protege o seu povo abraçando uma árvore. Com essa ideia, escolhem um objeto de poder e desenham, utilizando o site Tinkercad. Depois, elas conhecem a impressora 3D, na Unidade do Fundamental II, e veem seus desenhos ganharem forma e se materializarem como objetos efetivamente.

Os alunos do segundo ano produzem maquetes. Eles estão estudando os espaços da Escola. A partir disso, começam a planejar, estudar, fazer plantas baixas e, por fim, terminam o projeto com a cortadora a laser. ‘A turma adora ver o resultado final, pois tudo que mexe com tecnologia os anima’, relata a educadora.

Ana Paula nos conta que a próxima Revolução Industrial está à procura de pessoas que são criativas e que não se limitam a um padrão, jovens que extrapolam o que é esperado e, principalmente, pessoas que saibam trabalhar em grupo. Todos esses conhecimentos são trabalhados no movimento maker, e conclui: “Nos próximos anos, não teremos os mesmos recursos que temos hoje. Por isso, temos que preparar essas crianças para terem um pensamento livre que, assim, consigam achar soluções. Por mais que a educação maker parece ser só construção, ela incentiva o lado mais criativo e a solução de problemas da criança”.

No Fundamental II, a Educação Maker está presente na grade curricular com as aulas no Laboratório de Criação. A professora responsável pelos 6°s e 7°s anos, Tatiana Mendes, compartilhou conosco que, nesse componente, é possível desenvolver habilidades socioemocionais e motoras. As turmas são reduzidas em três grupos de doze alunos. De maneira autossuficiente, eles dividem as tarefas e montam cronogramas.

No sexto ano, os alunos estão pensando na reorganização do espaço do Laboratório de Criação. Eles são desafiados a construir organizadores de fitas, por exemplo, ou de outros materiais que não têm um local específico. O mais interessante desse programa é que eles fazem um orçamento real de R$ 200,00 para o seu projeto. Caso ultrapasse o valor, tem que voltar para análise. A finalidade dessa parte é dar consciência financeira para as crianças.

O sétimo ano é desafiado a reorganizar o mesmo ambiente, mas produzindo móveis maiores, como estantes retráteis no teto e papeleiras.

“Eles olham para aquele cenário como um espaço de criação e de responsabilidade”, explica Tatiana, em relação às regras e cuidados que os estudantes tomam sobre as ferramentas mais complexas. “Todos utilizam os materiais de proteção e, se não os usarem, já sabem que levam advertência”, finaliza a educadora.

O professor Rodrigo Lemonica é o mediador do programa com os oitavos e nonos anos. Ele expõe que o movimento maker é um local de exploração em que o aluno é sempre o protagonista do seu projeto. Algumas metodologias usadas são “Aprender a aprender” e “Aprender através de projetos”.

Os oitavos anos aprendem, no primeiro trimestre, a utilizar a impressora 3D e, depois, começam a reforma da cisterna da Unidade do Fundamental II que foi construída por alunos em 2015. No segundo trimestre, iniciam a construção da Cidade Inteligente, projeto que já foi premiado em congressos e, no mês de maio, irá para o FabLearn, na Finlândia. Os jovens participam de um estudo de campo, no último trimestre, em que conhecem os conceitos Low Technology e High Technology.

Os nonos anos continuam com o programa da Cidade Inteligente, inserindo as questões de energias renováveis e acabam desenvolvendo meios de transportes com placa solar. Durante o ano, apresentamos os conceitos de “Internet das Coisas” e a “Inteligência Artificial”.

“Quando os alunos vêm para o Laboratório de Criação, eles estão se preparando para os desafios do século XXI. Nós temos muitos profissionais que assumem grandes cargos, mas não estão aptos a resolver problemas”, afirma Rodrigo.

Como no Fundamental I, o Movimento Maker, no Ensino Médio, não está presente na grade e aparece através de parcerias da Professora de Tecnologia Educacional, Regina Fernandes, com os outros componentes.

Na primeira série, a parceria é com a professora de Biologia, Cláudia Ferraz. Vamos desenvolver um jogo que explora a evolução de cada espécie. Os estudantes irão desenhar as peças, utilizando o programa Inkscape Project. A colaboração da segunda série é com a professora de Matemática, Heloísa Hessel – construímos formas geométricas e finalizamos na cortadora a laser.

Neste ano, com as turmas da terceira série, vamos continuar o projeto da criação de sensores, retomando a Casa de Luz que eles construíram no nono ano. Isso é o resultado de uma longa parceria com o professor Jorge Ferreira, de Física. Essa colaboração já rendeu prêmios e participações em congressos – em outros países.

“Nós buscamos uma Escola significativa e transformadora. Saímos da posição passiva, damos ouvido para o aluno e auxiliamos no que ele vai construir. Incentivamos o jovem a buscar as suas próprias soluções”, finaliza Regina.

O projeto está inscrito e será apresentado no 11º Congresso ICLOC de Práticas na Sala de Aula, que ocorrerá no dia 25 de maio de 2019, na Fundação Álvares Penteado (FECAP), Campus Liberdade, em São Paulo. O evento é uma iniciativa do Instituto Cultural Lourenço Castanho, Instituição sem fins lucrativos, criado pelas fundadoras da Lourenço e que tem como propósito o aprimoramento da educação brasileira. Na edição de 2019, serão apresentadas 1.111 práticas letivas. Trata-se do maior evento do gênero no país.


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