NUPS visita o Centro Paraolímpico Brasileiro

Alunos do 5º ano participam de vivência com jogador de Golbol e visitam o Centro Paraolímpico Brasileiro.


Em mais uma ação do nosso Núcleo de Projetos Sociais (NUPS), dessa vez em conjunto com o programa de Educação Física, os alunos do 5º ano realizaram diferentes vivências, nos dias 25 e 27 de abril, com pessoas que possuem algum tipo deficiência.

No dia 25 de abril, os alunos receberam  o jogador de Golbol, Antônio Dozinete Oliveira, mais conhecido como Done, e com ele vivenciaram o esporte, cujo objetivo é arremessar a bola para tentar fazer gol e defendê-la pela audição.

Done tem 54 anos e perdeu a visão aos 32 anos após sofrer um acidente de carro. Ele contou aos alunos que, depois desse acontecimento, sua vida mudou completamente. Voltou a estudar e, atualmente, está cursando o Ensino Médio, além de praticar esportes como corrida e o Golbol.

Antes de começarem a jogar o Golbol, os alunos realizaram diversas perguntas a Done. Perguntaram se foi um desafio aprender a jogar Golbol, se ele sabe quando é dia e quando é noite e como ele faz para saber que horas são. Perguntas sobre o esporte também foram feitas como: por que motivo usam vendas sendo que os jogadores têm deficiência visual.

Done respondeu as perguntas e contou as regras do jogo, além de explicar que alguns jogadores de Golbol possuem baixa visão, e que a regra de usar vendas é para todos.

Em seguida, o atleta demonstrou como era o jogo e defendeu sozinho as bolas que os alunos jogaram para fazerem gol. Nesse momento, os alunos não estavam vendados, e, mesmo assim, Done defendeu a maioria das bolas arremessadas. Ele explicou a importância de fazer silêncio nesse jogo, pois os jogadores precisam ficar atentos ao barulho que a bola faz ao pingar no chão. Dentro da bola há guizos que fazem barulho, e os jogadores vão em direção da bola, apenas escutando o som.

Em seguida, os alunos foram divididos em duas equipes, com três jogadores para cada lado, e receberam as vendas dos professores. Eles vivenciaram o jogo de fato, como os jogadores profissionais fazem.

O aluno Rafael Bernardo Coutinho, do 5º ano F, conta sobre experiência: “Eu achei super diferente, porque a gente sempre utiliza a visão nas nossas brincadeiras e nos jogos do dia a dia. A gente nunca tinha vivenciado um jogo sem enxergar”.

A professora Lais Nozaki contou que, antes dessa vivência com Done, em algumas aulas de Educação Física, eles tiveram experiências com a restrição de alguns sentidos. Então, jogaram vôlei sentado, ou algum jogo, sem poderem falar.

“Eu acho que tem que começar a inclusão com deficientes visuais desde pequenos, porque as crianças que não são deficientes vão começar a conviver com quem tem deficiência e vão ver a necessidade e a limitação que existe, além de interagirem. É importante ter esse contato desde muito cedo”, afirma Done sobre o trabalho de inclusão com os alunos.

Na sexta-feira, 27 de abril, os alunos realizaram a visita ao Centro Paraolímpico Brasileiro e puderam conhecer os torneios de natação e atletismo.

Ao chegarem ao Centro Paraolímpico, as crianças foram recebidas por monitores na quadra de vôlei. Passaram pelo espaço do basquete em cadeira de rodas e pelo golbol.

Ficaram surpreendidos com o tamanho da trave e relembraram a vivência que tiveram com Done, além de entenderem a importância que existe na quadra específica, onde

há uma acústica diferente, sem nenhum tipo de barulho para que os jogadores se concentrem apenas no barulho da bola. 

Eles conheceram o enorme espaço físico que o Centro disponibiliza aos atletas e tiveram a oportunidade de ver o torneio de atletismo e natação. As crianças estavam muito empolgadas com a competição de salto a distância e arremesso com vara. Eles torciam na arquibancada demasiadamente. 

Na natação, tiveram a oportunidade de ver o campeão paraolímpico Daniel Dias. Cantavam e torciam para os brasileiros que estavam disputando o torneio.

A visita encerrou com os alunos vivenciando o vôlei sentado, fazendo um experimento como se eles tivessem pouca mobilidade.

“Eu achei muito legal porque, muitas vezes, as pessoas conseguem fazer mais coisas que nós”, afirma a aluna Mariana Gerbovic. “Eu gostei muito da natação porque o jeito que eles conseguem nadar, sem a perna e o braço, parece ser tão fácil – até mais fácil do que pra gente mesmo”, conta a aluna Carolina Yumi.

Gustavo Carvalho, que trabalha com as Relações Institucionais do Centro Paraolímpico Brasileiro, conta da importância de realizar visitas com as crianças: “É fundamental os alunos fazerem essa visita, porque, através de vivências e de contato, conseguimos ter cidadãos mais conscientes no futuro. Então, a gente tem que trabalhar bastante com as crianças. É bom a gente falar das modalidades, e eles experimentarem para criar um público consumidor do esporte, porque, hoje em dia, o futebol monopoliza tudo. Então, se você vai segmentando o seu público, você vai formando a criança que gosta de assistir ao esporte paraolímpico.”


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